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Percebe-se que já é a segunda vez seguida que posto algo que não é uma review. Bem, tais postagens, por serem extensas e demandarem uma determinada quantidade de informações sobre o enredo do anime em questão, para que sejam feitas as considerações e o resumo, acabam precisando de uma motivação a mais. Nas últimas reviews, a motivação vinha de possíveis surpresas, decepções ou de casos em que, apesar da qualidade negativa de um anime, ainda havia o que falar sobre, coisa que a grande maioria dos animes desse ano acabaram não me proporcionando. Alguns, devido a sua grande ruindade, como Darling in the FranXX, até me deram motivação, mas acabaram caindo no esquecimento. Talvez, agora que disponho de mais tempo, postarei reviews dos poucos que me motivaram, mesmo que seja em um tipo de postagem mais resumida, em que somente haja uma síntese das considerações. Pois bem, chega de introduções.
Desde quando obtive uma conexão não discada que me permitiu um melhor acesso à internet e, consequentemente, aos meios em que otacos fedidos e sebosos como eu se reuniam para conversar, sempre observei uma enaltação ao quanto algo proporcionava empolgação, ao quanto um determinado acontecimento deixava um indivíduo "hypado" e no uso disso como argumento para justificar a possível boa qualidade de um anime. Por muito tempo, concordei com isso e até mesmo usei como um dos critérios na hora de dar uma nota para uma determinada obra.
Inicialmente, quem não concordaria? Nada melhor do que se envolver na empolgação, na ansiosidade e na "dormência" do sentir do passar do tempo. Os episódios parecem durar poucos minutos e, em pouco tempo, se vê perto do fim e se perguntando como aquilo passou tão rápido. Sedado por tal sentimento, na mente de tal indivíduo chega um pensamento que compara o tal anime empolgante com os demais e pensa: como pode? os episódios dos animes que vi antes desse pareciam durar horas, mas nem sinto o tempo passar quando assisto aos episódios desse de agora. Deve ser porque esse aqui é bom e aquele lá é ruim. Ao ver o dito cujo falando dessa forma, creio que muitos concordariam com tal pensamento. Apesar disso, ao questioná-lo sobre os animes de que falava, descobre-se: agora ele está assistindo Fairy Tail; antes, Monster e Ginga Eiyuu Densetsu.
Na mesma conversa, outro indivíduo aparece e diz: como assim? Ginga Eiyuu Densetsu foi bem interessante e empolgante; porém, Fairy Tail foi bem maçante e cansativo, de fato, entediante. Tentei me forçar a assistir, para saber de ficaria interessante nos próximos episódios, mas não aguentei e acabei parando.
Respondendo a tal educada mensagem, notavelmente irritado: vose ta falandu merda, mermau. como ki um animi baum dessi eh intedianti? se nau gosto nau fala mau, ceu merda. intedianti eh akela merda du legendi of galatique herous.
Como podem notar, houve, nesse caso, uma divergência de opiniões. Para o primeiro indivíduo, Fairy Tail foi empolgante; para o segundo, não. Para o segundo indivíduo, Ginga Eiyuu Densetsu foi empolgante; para o primeiro, não. Como tal coisa acontece? Se a empolgação está ligada à qualidade, então um anime bom deveria, obrigatoriamente, ser empolgante para todos que o assistirem e, da mesma forma, um anime ruim deveria, obrigatoriamente, ser maçante e cansativo para todos que o assistirem. Ora, tal divergência, como o exemplo acima, contrariando o que foi descrito neste parágrafo, é comum em qualquer meio onde existam conversas do gênero.
Qual seria a justificativa? O que causaria tal divergência? Simples. A empolgação nada tem a ver com a qualidade, ela está diretamente ligada ao gosto. Assim sendo, variando com o gosto de quem assiste, uma obra, independentemente de sua qualidade, pode proporcionar a tão buscada empolgação. Nesse sentido, os animes bons, ao terem mais qualidade de enredo, ou seja, serem mais "pesados", não no sentido de terem conteúdo pesado, mas sim de demandarem um maior esforço para ser compreendidos por completo, além de serem, geralmente, mais "parados", tendo uma maior quantidade de diálogos e perdendo mais tempo desenvolvendo determinados pontos ao decorrer dos episódios, acabam sendo mais entediantes, cansativos e maçantes. O indivíduo do exemplo que destacou ter ficado empolgado com animes do gênero, como Monster e Ginga Eiyuu Densetsu, possui um gosto rebuscado e por mais que não seja empolgante, a qualidade do enredo é o suficiente para fazê-lo superar o "peso" de um anime bom.
Por outro lado, animes ruins e medianos, como Fairy Tail, são menos complexos, diretos e, no caso dos shounens, focado em lutas e desprovidos de enredo. Dessa forma, são facilmente assistíveis e, por causa dessa característica, têm uma tendência maior a proporcionarem a empolgação que a grande maioria do público busca. Mas, como dito acima, é tudo uma questão de gosto. A empolgação, o aproveitamento e o "passar do tempo" é relativo. Mas o que é definitivo é o fato de que a empolgação não deve e não pode ser utilizada como argumentação ou critério para determinar a qualidade de um anime. Ainda assim, pode ser usada como base para recomendação, já que assistir algo que lhe seja agradável é mais importante que assistir algo bom, mas isso será tópico da próxima parte.
Esta é a terceira postagem desta série, caso não tenha lido as demais, veja aqui. Bem, quando se trata de enganos sobre a compreensão do que é a qualidade ou sobre os argumentos que muitos usam para tentar defender animes ruins, há muito para ser dito, posto isso, em breve haverão novas postagens do tipo. Fique de olho.
Por fim, não há problema em gostar de um anime ruim ou em sentir empolgado ao assisti-lo. Se você gosta de Fairy Tail ou de qualquer outro anime ruim, é a sua preferência, mas, se realmente gosta, é necessário que reconheça os defeitos/qualidades do anime e não fique endeusando determinadas obras. Isso é necessário para que não ocorram rages desnecessários quando estiveres discutindo um anime ou lendo reviews.
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