Houseki no Kuni [12/12]



Nome: Houseki no Kuni
Gêneros: Sci-Fi, Ação, Fantasia.
*CONTÉM SPOILERS

Após um massacrante período de tortura na primavera e no verão, o outono surge como o salvador, aquele que poderia nos recompensar pelo esforço gasto nas temporadas anteriores, e, mesmo trazendo certos animes com qualidade duvidosa, não amaldiçoa os que se devotam a acompanhar toda a temporada ao destino de assistir obras maçantes e extremamente tediosas. Esta gentil temporada foi capaz de, até mesmo, proporcionar surpresas interessantes como Houseki no Kuni, um anime que inicialmente eu julgava como o próximo Battle Girl High School, no sentido de ser entediante e cansativo de ser assistido. Porém, contrariando às primeiras impressões, ele conseguiu, definitivamente, desenvolver uma vertente diferente da esperada e trazer uma visão séria e interessante do universo criado.

Em um futuro distante, surge uma nova forma de vida chamada "houseki", essas garotas imortais que, assim como o nome diz, são formadas por diferentes tipos de cristais/joias, lutam contra seres que, supostamente, vivem na Lua e vêm à Terra em busca de capturá-las ou, provavelmente, os cristais que compõe seus corpos. Phosphophyllite é a mais jovem destas garotas e também aquela com um dos menores níveis de dureza, 3.5, por isso, não é autorizada a lutar contra os Tsukijin, apesar deste ser o seu maior objetivo. Devido à sua fraqueza, o sensei lhe dá a missão de compilar uma enciclopédia, essa missão, entretanto, permite que ela encontre o seu primeiro objetivo: encontrar uma trabalho melhor para aquela que foi destinada à solidão e obrigada a fazer as patrulhas noturnas, Shinsha, alguém que tem um nível de dureza inferior ao da Phos, mas que é permitido lutar devido a uma habilidade especial.

O enredo, de fato, inicia-se quando os Tsukijin derrubam uma espécie de "concha" no lugar em que as houseki vivem. Esta era a concha de um caracol que acaba engolindo a Phos e dissolvendo o seu corpo completamente em seus sucos gástricos. Enquanto lutavam contra o estranho caracol, na esperança de conseguir salvá-la, Bortz e Diamond acabam empurrando-o na água, o que causa uma estranha reação de encolhimento no ser e, curiosa e estranhamente, Diamond acaba pensando que sua amiga, Phos, havia se transformado ou possuído a pequena criatura. O mal-entendido só é resolvido quando Shinsha, em uma conversa com a Diamond, fala sobre os hábitos alimentares dos caracóis da ilha e sua ligação com as cores de suas conchas, ou seja, os cristais de Phos estão encrustados na concha do grande caracol, imersa no lago.

Phos é remontada e retorna à vida, porém com um bônus: conseguir escutar a voz da pequena criatura. Suas conversas com este ser acabam por gerar uma grande curiosidade sobre o oceano e essa curiosidade torna-se a sua motivação para ir ao mesmo sem autorização do sensei. Ao entrar em contato com água, o estranho ser transforma-se em algo que se assemelha a um humano e, este ser, que se nomeia Admirabilis, conta sobre os humanos e uma história de como estes deram origem aos novos povos que agora vivem na terra. Porém, toda a conversa não passava de uma distração, ela, na verdade, estava levando Phos para uma armadilha e, então, ao sofrer um ataque dos Tsukijin, Phos perde suas pernas.

Após alguns acontecimentos, Phos é encontrada por Shinsha e, junto com ela, estavam alguns estranhos materiais. Devido a esse ocorrido, ela consegue se livrar da missão de compilar uma enciclopédia. Os materiais encontrados tornam-se suas novas e resistentes pernas que também garantiram a ela uma anormal velocidade. No dia seguinte, o sensei pede que ela faça o relatório das coisas observadas enquanto estava no oceano, mas a perda das pernas e consequente perda de cristais acarreta em perda de memória, ainda assim, a palavra "humano" ainda estava em suas poucas recordações e escutar isso fez o sensei ter uma estranha reação. Poderia ele saber de toda a verdade? A história da Admirabilis poderia ser verdade?

O inverno se aproxima e com ele o período de hibernação das houseki. Entretanto, Phos não estava conseguindo dormir e isto permite que ela conheça a guardiã do inverno, Antarcticite. Ela, então, passa diversos dias auxiliando-a em suas tarefas de inverno que envolvem, principalmente, evitar que os estranhos sons produzidos pelas geleiras atrapalhem o sono de suas irmãs. Porém, Phos conseguia escutar estranhas vozes, provavelmente devido à habilidade adquirida ao ser devorada pelo caracol, vindo dos blocos de gelo, já que estes também são feitos de minerais como as houseki. Controlada por estas vozes, Phos é levada a perder os seus braços.

Em busca de encontrar algum substituto para os seus braços, Phos e Antarcticite vão ao lugar conhecido como "a praia dos sentimentos", o lugar onde todas as houseki nasceram. Lá, diversos tipos de cristais "sem-vida" são encontrados, já que o nascimento de uma destas em um estado consciente é muito raro. Dentre as diversas opções de cristais, de diferentes cores e durezas, Phos, resolve escolher os pedaços de ouro, não recomendados devido ao seu peso e forma maleável e, curiosamente, em uma reação com as partículas de seu corpo, o ouro toma forma para protegê-la do ataque Tsukijin iminente, onde estes impedem os movimentos do sensei e, ao mesmo tempo, forçam Artarcticite a lutar sozinha, o que acarreta em sua derrota e consequente conquista de seus cristais.

Antarcticite não está mais entre elas. Phos que, devido ao seus novos braços maleáveis e suas pernas resistentes, agora consegue lutar contra os Tsukijins, torna-se a substituta de Artacticite como guardiã do inverno e, além disso, agora é séria e responsável, completamente diferente de seu eu anterior, transformação esta causada por uma possível culpa por tão ter conseguido lutar ou auxiliá-la durante sua luta e por lembrar que sua última ação, antes de ser derrotada, foi pedir para que Phos ficasse em silêncio dentro da proteção do ouro.

Junto com a nova força há também a desconfiança e a inteligência. Após o ataque de um Tsukijin que obedece e atende por um nome dado pelo sensei, Phos desconfia de sua relação com os mesmos e, apesar de descobrir que todas as houseki sabiam de sua suposta ligação com os Tsukijin, continua desconfiada e decide descobrir mais sobre quem são estes tais inimigos. Encontrando, dessa forma, finalmente um objetivo e um trabalho para Shinsha, ela se devotará a descobrir a verdade sobre tudo e, provavelmente, saber mais sobre a história dita a ela pela Admirabilis. Porém, ao fim do anime, temos uma mensagem subliminar: vá ler o mangá! Afinal, quem sabe quando isso irá voltar.

Arte: 

Houseki no Kuni é um exemplo de que é possível fazer algo decente com CG. Apesar de ainda causar certos estranhamentos, provavelmente devido ao fato de que não é tão comum ver obras completamente em CG e dificultar um pouco a decisão sobre a animação ser, de fato, boa ou não. Porém, ao compará-lo com Ajin, Berserk ou outras obras dependentes de CG, nota-se que Houseki no Kuni está em um patamar indubitavelmente superior. Todo o conjunto de cenários, personagens etc. são muito bem-feitos e, em certos momentos, nem se percebe que se trata de obra em CG. Por fim, a animação também foi algo surpreendente e inusitado a ponto de me fazer criar um certo interesse pelo estúdio Orange e sua possível próxima obra em CG.

Considerações Finais:

Houseki no Kuni foi, de fato, uma surpresa, creio que deve ter sido o anime mais subestimado desta temporada, apesar dessa reação ser comum. Inicialmente, ver garotas-joias lutando contra supostos seres da lua passa uma imagem de que o anime será uma versão levemente diferente de um mahou shoujo qualquer e que o enredo continuará neste mesmo processo até, finalmente, derrotá-los por completo. Porém, diferente daquilo que se esperava, o desenvolver não segue este padrão, tomando uma cara mais séria e tornando-se algo voltado ao universo criado e as perguntas que o circundam, em um processo que lembra vagamente o enredo de Suisei no Gargantia, mas, diferente do exemplo citado, algo um tanto melhor construído. A evolução de Phos no decorrer de suas mudanças corporais e perdas de memória foi algo interessante a se mostrar e, principalmente, a desconfiança que ela ganha ao ser a única a conseguir experimentar e descobrir coisas que o sensei provavelmente estaria escondendo. Por fim, Houseki no Kuni é uma obra que vale a pena ser assistida e, provavelmente, fará você ter interesse em ler a obra original, pois, obviamente, o final é em aberto.













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