Kemurikusa [12/12]


Nome: Kemurikusa
Gênero: Fantasia, Ficção Científica

Enquanto olhava tudo o que postei até hoje, tentando criar coragem para trazer algum conteúdo para este blog praticamente morto, percebi que, apesar do nome ser "Melada Reviews", a última vez que publiquei uma review foi no dia 01/04/2018. Isso mesmo, já faz mais de um ano desde o dia em que postei a review de Itou Junji: Collection. Para tentar reverter tamanho processo de sucateamento, resolvi deixar de priorizar as demais ideias, que demorariam mais alguns meses para sair, e sentir a nostalgia de escrever uma review depois de tanto tempo. Pois bem, tal como disse em postagens anteriores, não houve, no ano passado, anime algum que me desse motivação para desenvolver um texto, sendo assim, devotei-me a trazer minhas teorias e explicações sobre problemas no universo otaco. Porém, contrariando a onda de desespero, este ano tem sido um tanto satisfatório e a temporada de inverno, apesar de eu não ousar dizer que foi boa, trouxe obras que conseguiram não só cumprir seu papel ao serem proveitosas, como, até mesmo, se destacar a ponto de proporcionar uma experiência que divergia do esperado. É com esse ponto de vista que eu decidi trazer Kemurikusa como tópico deste texto.

Bem, o que dizer sobre Kemurikusa? Creio que de todos os lançamentos que vi, Kemurikusa foi aquele que causou a pior primeira impressão. Nem mesmo começos tediosos e a introdução do desenvolver de uma ideia obviamente ruim, como em Mahou Shoujo Tokushusen Asuka, causaram um impacto tão negativo. Há diversas razões para tal, mas a principal é, sem duvida alguma, a animação. 

Em 2017, eu tomei a decisão de não ver Kemono Friends, pois senti que seria mais um moe forçado com tendências e insinuações ao yuri. Sendo assim, mesmo sabendo que se tratava de uma obra em completo CG, não tinha conhecimento algum do nível de tal animação. Como já deve ter ficado subentendido, o estúdio responsável por Kemurikusa é o Yaoyorozu, o mesmo de Kemono Friends. Pois bem, depois de conhecer o tipo de animação, posso dizer que tomei a decisão certa ao não assistir Kemono Friends, pois meus olhos não mereceriam passar por tamanho sofrimento mais de uma vez. Pode-se comparar a animação de tal obra com a de uma cutscene de um jogo de baixa qualidade de Playstation 1 rodando a incríveis 5 FPS. É de um nível que me fez pensar que talvez a animação de Berserk (2016) não fosse tão ruim assim e que Ajin, na verdade, seria uma exímia obra de arte. Apesar de tamanha impressão negativa, não demorou muito até que eu me acostumasse. Nessas horas, alegro-me por ter tamanha capacidade de adaptabilidade, pois conheço pessoas que não conseguiriam fazer o mesmo. 

A outra razão para tal impressão negativa é a presença de algo que já mencionei em reviews anteriores: as bestas 3D. Claro, tendo em vista o tipo de animação, seria inevitável que os inimigos estivessem em CG e nem mesmo seria possível saber o tipo de anime que seria ao ter como base somente o primeiro episódio. Ainda assim, o aparecimento de criaturas do tipo acabaram por me lembrar da experiencia negativa que tive, nesse quesito, com Noein: Mou Hitori no Kimi e, uma obra que desenvolve decentemente a questão de viagens no tempo, mas que acabou proporcionando momentos insatisfatórios, ao menos ao meu ver, ao trazer maquinarias surrealistas com rostos gigantes e chamativos que, apesar de não serem exatamente bestas, se encaixam na concepção do que eu chamo de "besta 3D". Talvez, em um outro momento, eu possa dedicar um texto unicamente a tal obra. 

Enredo:

Kemurikusa tem como base uma obra que, em 2012, venceu o "24th 3D Anime Contest". Com uma animação ainda inferior ao do anime, esta obra se resumia a mostrar um grupo de garotas buscando sobreviver em um mundo pós-apocalítico, enquanto lutam com estranhas criaturas. Porém, creio que limitar as explicações sobre o enredo a tão poucas palavras acabaria deixando a desejar.

Em um mundo em que não existe mais qualquer sinal de civilização e nem sinal de qualquer vida humana sobrevivente, Rin, Ritsu e Rina lutam por sua sobrevivência, mas, para que esta se concretize, é necessário encontrar um importante recurso, que agora se encontra em estado de escassez: água. Porém, tais desafios não são as únicas paredes que cerceiam o futuro das irmãs, pois o mundo se encontra quase que inteiramente coberto por uma névoa vermelha que, além da própria nocividade, dá origem a criaturas conhecidas como mushi.  Lutando contra esses seres, várias de suas irmãs já haviam encontrado o derradeiro fim e a força para continuar persistindo parecia cada vez menor entre as que ainda resistiam. Todavia, tal situação mudaria quando, ao coletar o que seria os últimos resquícios de água da "ilha" em que estavam, um homem aparece em meio ao reservatório. Este homem, Wakaba, devido a desconfiança de Rin, acaba sendo considerado um mushi e, dessa forma, como um alvo a ser destruído. Entretanto, nem mesmo o destrutivo ataque das folhas de Midori, capazes de eliminar até os temíveis mushi, foram capazes de eliminá-lo. Wakaba insiste em se denominar como um ser humano, mas devido as diferenças entre as irmãs e ele, Rin não se convence. Apesar de toda a desconfiança, Rin decide trazer o homem junto ao grupo, sob intensa vigilância.

Seguindo o que me fazia recordar de Shoujo Shuumatsu Ryokou, Kemurikusa segue em um ritmo lento, mostrando a exploração de cada uma das "ilhas", as dificuldades que se colocam em frente ao objetivo do grupo e a curiosidade latente do Wakaba acerca dos vários tipos de kemurikusa, que são os vários de tipos de "plantas", com diferentes funções, que crescem pelo mundo, ao mesmo tempo em que lentamente retoma os mistérios e as perguntas que cercam o universo em que a obra se desenvolve. Ainda assim, é comum que animes de ritmo lento não sejam tão bem aceitos pelo público em geral, que acabam os considerando entediantes. A grande maioria dos episódios de Kemurikusa são resumidos a conversa, locomoção e exploração. Tendo isso em vista, eu me absteria de recomendar Kemurikusa para qualquer um que eu soubesse que não gosta de obras do tipo.

Além disso, a obra também se dedica a desenvolver, de forma lenta e gradual, um inocente romance entre Rin e Wakaba, apesar de não ser algo tão diretamente desenvolvido, por divergir do foco principal da obra. Contudo, dentre as explicações para os vários mistérios deixados no decorrer dos episódios, está a base em que se situam as respostas para a ligação entre o grupo e o Wakaba, em especial a Rin, que o anime deixa subentendido.

Arte:

Acho que a questão da animação ser semelhante ao nível de uma cutscene de jogo de baixa qualidade de PS1 rodando a 5 FPS já foi ressaltada acima, mas posso dizer que não é a pior no que se refere a CG, pois nessa temporada fomos agraciados com Dimension High School, uma obra que se divide entre live action e CG, cujo as cenas em CG são extremamente porcas a um nível que chega a parecer proposital, pois a própria obra faz piadas com a falta de esmero na animação. Pois bem, creio que, atualmente, percebe-se que os otacos fedidos estão em uma busca incessável por obras de boa animação. Já perdi as contas de quantas vezes vi alguém dizer que não assistiria a um anime relativamente antigo por causa da animação ou de quantas vezes alguém, ao me pedir uma recomendação, disse para que eu me limitasse a obras de 2012 em diante, pois não consegue suportar "animação ruim". Fora esses detalhes, creio que o desconforto causado por obras em completo CG seja algo comum a grande maioria dos otacos. Tendo essas razões em vista, eu me absteria de recomendar Kemurikusa para alguém.

Pós-escrito:

Como eu havia eu dito em postagens anteriores, eu tinha como objetivo trazer um tipo mais resumido de review. Bem, o texto continuou grande, então posso concluir que falhei. No entanto, posso dizer que a ideia se encontra aqui. Pretendo evitar, dependendo do anime, trazer aquele resumão sobre o enredo, pois além de limitar o público-alvo de leitura, por conter vários spoilers, ainda é um tanto fatigante de ser escrito e isso acaba sendo uma das razões pela baixa frequência de reviews postadas. Além disso, creio que Kemurikusa se encaixa nesse novo padrão, pois não tem o tipo de enredo em que se é possível limitar a quantidade de spoilers consideravelmente importantes, já que o anime é basicamente conversa e a constituição de enredo se dá pelo responder das perguntas e a conclusão de mistérios.

Neste padrão, não há necessidade de uma consideração final, como nas demais postagens, pois o que seria dito aqui já foi dito nas considerações sobre o enredo e a arte, tal como na introdução. Então não vejo por que repetir o que já foi dito. Bem, tentarei, para as próximas postagens, em um futuro distante, trazer reviews ainda mais sintetizadas, algo que seja basicamente três ou quatro parágrafos com algumas considerações sobre a obra como um todo e, mesmo assim, dependendo do tipo de obra, trazer o tipo padrão de review, com aquele vasto tamanho de texto.




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